quarta-feira, 25 de junho de 2014

Sobre não comer carne.

Desde Março deste ano (2014) que não como carne. Logo eu, que nunca entendi muito bem os vegetarianos e sempre defendi que uma alimentação saudável e balanceada devia compreender o consumo de carnes brancas e, esporadicamente, também de vermelhas. 

Tudo mudou.

Mudou a minha forma de pensar, a minha forma de estar na vida, mudou o nível de informação que retenho sobre o mundo da alimentação. Mudou e ainda bem que sim.

Sempre gostei de carne, adoro cozinhar, gostava inclusivamente de preparar pratos com carne mas, a partir do momento em que deixei de consumi-la  toda a minha gulodice por carne desapareceu, assim como se nunca tivesse sequer gostado ou provado. Foi estranho, mas encaro-o como sendo um sinal do meu corpo a a avisar-me que tomei a decisão certa. 

Mas porque é que tomei a decisão de deixar de consumir carne?
Atente-se que eu continuou a consumir peixe, somente deixei de comer carnes e quase todos os derivados dos lacticínios. Admito que os meus motivos iniciais não passaram pela compaixão pelos animaizinhos, torturados para que nós, seres que nos consideramos superiores neste Planeta, pudéssemos degustar um bom bife na pedra. A minha decisão inicial foi puramente com vista a melhorar a minha saúde, a saúde do meu organismo a curto, médio e longo prazo. Está mais do que cientificamente comprovado que a carne contém compostos cancerígenos e é, aliás, aconselhado vivamente pelos médicos que o seu consumo seja suspenso durante o tratamento do cancro, a par com o açúcar e a gordura. A epidemia do cancro culminou neste século, ao mesmo tempo que o consumo de carne disparou, assim como o de lacticínios e de alimentos processados. O ser humano fez descobertas que o matam mais um bocadinho, todos os dias. Isto é alarmante, o problema é que a economia mundial não tem interesse em que estas informações sejam divulgadas, afinal, a doença move biliões de dólares todos os anos. 

É curioso que, depois de todos estes meses sem comer carne, me aproximei mais dos animais. Sinto isto ainda mais porque nunca fui particularmente ligada aos cães, gatos, peixes e por aí fora, durante a minha infância e agora, nenhum me é indiferente, aliás, eu paro para brincar. É bom, tão bom. 

Há uma frase que marca o meu percurso e que, verdadeiramente, me alertou para este fenómeno: os animais, os mamíferos, são feitos exactamente do mesmo tecido que nós humanos, os músculos, a gordura, somos muito similares. Eu não vou comer o meu semelhante, eu não vou alimentar o meu organismo com músculos, órgãos e gordura idênticos aos que nasceram comigo. É uma reflexão, uma longa reflexão. 

Adiante, não sei se um dia voltarei ou não a consumir carne mas, tenho plena consciência que se um dia o voltar a fazer será também essa uma decisão muitíssimo ponderada.

Por enquanto, sou feliz assim, muito feliz. Sem carne no meu prato.


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